Em 29 de dezembro de 2008 foram criados os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs), trazendo uma proposta de formação profissional inovadora e estruturante para o país, com forte atuação nas capitais e no interior. Nesta quinta-feira, 29/12, essas instituições completam oito anos e, em meio a desafios, mantêm os indicadores de qualidade positivos, cumprem as metas de inclusão e se empenham para alcançar resultados ainda melhores.
Apesar de recentes, os IFs pertencem à trajetória centenária da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica (RFEPCT), iniciada em 1909. Isso porque, pela Lei nº 11.892/2008, os 38 Institutos Federais absorveram 129 instituições de ensino - 31 Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets), 75 Unidades Descentralizadas de Ensino, sete Escolas Técnicas, 39 Escolas Agrotécnicas e oito Escolas Vinculadas às Universidades.
Os IFs correspondem a 90% da RFEPCT, já que congregam 581 do total de 644 campi. "A Rede possui cerca de um milhão de matrículas e 60 mil servidores. Se considerarmos que apenas 10% desses números correspondem a outras instituições, podemos comprovar o papel social e estratégico dos IFs", observa o presidente do Conif, Marcelo Bender Machado, reitor do IFSul.
Da educação básica à pós-graduação, os institutos federais têm como característica a formação de profissionais preparados para o mundo do trabalho, aptos a inovar em produtos, serviços e processos. Atualmente, estudantes e professores desenvolvem mais de 10 mil projetos de pesquisa aplicada e, com a participação da comunidade, cerca de seis mil projetos de extensão tecnológica. O aprimoramento dessas atividades é reforçado pelos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) e pelos Polos de Inovação.
Indicadores
Divulgados no início deste mês, os resultados da edição de 2015 do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), destacam o desempenho da Rede Federal. Se fosse um país, alcançaria a 11ª posição no cenário mundial em ciências, à frente da Coreia do Sul, dos Estados Unidos e da Alemanha. Em Leitura, a pontuação seria suficiente para atingir a segunda colocação entre os 71 países e territórios analisados. Em matemática, a nota superou a média geral do Brasil.
"Em pouco tempo, provamos que é possível crescer simultaneamente em quantidade e em qualidade. Deixamos para trás países desenvolvidos, o que é motivo de orgulho. Se mantivermos esse ritmo, daqui a mais oito anos seremos uma referência para o mundo", destaca o presidente do Conif. Para ele, a situação orçamentária enfrentada pelo Brasil representa um desafio importante para os IFs e para a Rede Federal. "O País vive um momento delicado e, nesse sentido, o Conif trabalha para preservar a educação profissional, que tem um papel predominantemente estratégico para o crescimento e desenvolvimento de qualquer nação", finaliza.
O IFRS
No IFRS estes oito anos são marcados por inúmeras conquistas, como a expansão no número de campi, hoje somando 17, além da abertura de novos cursos anualmente, nos níveis técnico, superior e de pós-graduação, o que inclui especializações e mestrados; ampliação no número de vagas para discentes e também no quadro de servidores.
O IFRS oferece também cursos de educação a distância (EaD), de Formação Inicial Continuada (FIC) e dos programas do governo federal. Conta com os seguintes campi: Alvorada, Bento Gonçalves, Canoas, Caxias do Sul, Erechim, Farroupilha, Feliz, Ibirubá, Osório, Porto Alegre, Restinga (Porto Alegre), Rio Grande, Rolante, Sertão, Vacaria, Veranópolis e Viamão. A Reitoria localiza-se em Bento Gonçalves.
Em sua criação, o IFRS se estruturou a partir da união de três autarquias federais: o Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Bento Gonçalves, a Escola Agrotécnica Federal de Sertão e a Escola Técnica Federal de Canoas. Logo após, incorporaram-se ao instituto dois estabelecimentos vinculados a Universidades Federais: a Escola Técnica Federal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e o Colégio Técnico Industrial Prof. Mário Alquati, de Rio Grande. No decorrer do processo, foram federalizadas unidades de ensino técnico nos municípios de Farroupilha, Feliz e Ibirubá e criados novos campi, nominados acima.
Inserção Regional
Um dos objetivos dos institutos federais é definir políticas que atentem para as necessidades e as demandas regionais. Nesse sentido, o IFRS apresenta uma das características mais significativas que enriquecem a sua ação: a diversidade. Os campi atuam em áreas distintas como agropecuária, de serviços, área industrial, vitivinicultura, turismo e outras.
Com informações do Conif
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