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Campus Alvorada - Comunidade acadêmica celebra o Dia Internacional das Mulheres com debates

Alunas e servidoras do Campus Alvora após exibição de filme e debate

O Dia Internacional das Mulheres no Campus Alvorada foi marcado por conversas no Campus Alvorada. No dia 08 de março, pela manhã, o filme "Estrelas Além do Tempo" (2016, direção de Theodore Melfi) foi exibido e debatido pelas discentes dos técnicos integrados ao Ensino Médio Amanda Peixoto, Carolina Possa, Ingrid Cristina Pontes Luz e Mariana Ribeiro.

Entre os assuntos discutidos, destacam-se o apelo das publicidades com o uso preponderante da imagem de mulheres, muitas vezes mulheres negras, e a utilização de algumas palavras no dia a dia, tal como, "mulata", que tem origem espanhola no vocábulo "mula". Para as estudantes, uma maneira mais correta de chamar a mulher é conforme ela é.

A aluna Mariana ressaltou a importância da representatividade ao citar que gabaritou a prova de matemática quando teve um professor negro no ensino fundamental. Ela também revelou que começou a se aceitar a partir do momento que ingressou no Campus Alvorada e participou do projeto Figueira Negra.

Mesa-redonda

À noite, foi realizada a mesa-redonda "Mulheres e a dupla/trilha jornada de trabalhos: relatos e experiências" com a pedagoga Elen Tavares e com as discentes dos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio da unidade, Maurícia Graziela da Rosa Oliveira e Luana Borges da Cruz. Elen apresentou dados da sua pesquisa de doutorado, a qual mostra que os homens ainda participam pouco nos afazeres domésticos (casa, filhos, etc.) e, consequentemente, a mulher exerce múltiplas jornadas de trabalho.

As alunas Maurícia e Luana falaram sobre suas vivências de ser mães, donas de casa, estudantes e outras funções como, por exemplo, relações familiares. Segundo Maurícia (25 anos - uma filha de 4 anos - do curso Técnico em Meio Ambiente Integrado ao Ensino Médio), o marido não queria deixá-la estudar. Conseguiu terminar o fundamental e passar na seleção do IFRS, quando muito começou a mudar em sua vida. Ela evidenciou que mudanças de pensamentos e práticas aconteceram a partir das dificuldades.

Em seu depoimento, Luana (24 anos - uma filha de 4 anos - do curso Técnico em Meio Ambiente Integrado ao Ensino Médio) disse que parou de estudar no 1º ano do Ensino Médio para trabalhar. Das duas duas vezes que tentou retornar, uma casou e outra engravidou. Em 2017, ingressou no Campus Alvorada e enfrentou dificuldades no cuidado com a filha e com as rotinas domésticas. A jovem ainda relatou que foi criada por diversas pessoas com a separação dos pais, passando por situação de fome da mãe e drogadição do padrasto.

Conversa

No sábado, 10 de março, a conversa foi com a presidenta do Conselho dos Direitos da Mulher de Alvorada, Josiane Arruda, com a delegada, Luciana Muniz Caon, tendo como temática "Violência Contra a Mulher". Josi alertou que a violência é caracterizada por diferentes formas: moral, física, patrimonial, sexual e emocional e que o "180" é um número que se pode ligar para realizar denúncias anônimas. Ela também apontou alguns mitos: ocorre só em famílias problemáticas; o agressor não sabe controlar as emoções; fácil identificar a mulher violentada; a violência é originária de problemas com álcool, drogas; etc.

Com relação aos dados do município de Alvorada, a ativista mostrou que em 2017 foram cinco casos de feminicídios e dez tentativas; o número de ocorrências registradas foi de 184 por mês; a cidade está entre as dez com mais altos índices de violência contra a mulher no Estado e é a quarta em casos de estupro; e não há centro de referências, casa de passagem e abrigo para mulheres.

Josi ressaltou alguns desafios como a redução das condições de desigualdades; desconstrução de pensamentos machistas; a não depreciação de outras mulheres; a não criação de meninas para serem oprimidas e nem meninos para serem opressores.

A delegada Luciana, que esteve à frente da Delegacia da Mulher de Alvorada de 2014 a 2017 e hoje está na Delegacia de Crimes de Informática, destacou que mesmo atuando em outro foco, semanalmente recebe denúncias que envolvem situações de violências contra a mulher. Ela explicou alguns procedimentos, entre eles, a emissão da medida protetiva, que leva em torno de 48 horas, visto que são 24 para o registro ser encaminhado ao fórum e outras 24 para o despacho do juiz.

No dia 15 de março, quinta-feira, haverá um bate-papo, às 18h, para o início de um grupo de estudos sobre Gênero e Sexualidade. O encontro é aberto a todos os interessados e ocorrerá no auditório.

As atividades foram organizadas pelo Núcleo de Ações Afirmativas (Naaf) do Campus Alvorada.

Confira outras imagens dos eventos no perfil do Campus no Facebook.

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